Moluscos Contagiosos

Moluscos Contagiosos

Por: Dr. Fernando Ribas

Problema dermatológico de tratamento rápido, simples e eficaz. Não é grave, mas é extraordinariamente incomodativo. O tratamento da infeção do molusco contagioso é simples e a prevenção deve ser constante.

O molusco contagioso (Mulluscum contagiosum) «é uma infeção da pele causada por um poxvírus, que pode provocar o aparecimento de pequenas lesões. São pequenos altos lustrosos, da cor da pele, denominadas vesículas, bolhas ou pápulas, relativamente pequenas e benignas que raramente ultrapassam o seis milímetros», começou por esclarecer o Dr. Fernando Ribas dos Santos, diretor do Serviço de Dermatologia do Instituto Português de Oncologia do Porto.

Esta é uma patologia que afeta maioritariamente as crianças, sobretudo as atópicas, aquelas com propensão para as alergias, tendencialmente em virtude da pele seca , mas não chega a atingir os 5% de infetados. As zonas mais atingidas são o tronco, as extremidades (braços, pernas, mãos e pés) e rosto. « È normal surgirem surtos em crianças nas escolas, pois o vírus espalha-se
facilmente entre as pessoas, através do contacto ou de detritos. Uma das situações bastantes bastantes comuns é ser transmitido nas piscinas» , explica Ribas dos Santos.


Alguns adultos também podem passar por episódios patológicos, mas em considerável menor número do que as crianças. A transmissão é predominante feita através do contágio sexual, atingindo os genitais, se bem que a vagina e o pénis não costumam ser atingidos, ou surge em indivíduos que têm um sistema imunitário deficiente, como é o caso, por exemplo, dos seropositivos.


Não é um problema de saúde grave, mas pode causar transtornos ao nível social e psicológico, principalmente nos jovens e nas crianças, pois muitas das vesículas tendem aparecer na zona da face raramente aparece só isolada.

Tratamento simples e indolor
Quanto à terapêutica, esta de longe de ser complicada ou dolorosa.

« O tratamento é feito, nas crianças, através de uma anestesia utilizando uma pomada, aplicada durante um intervalo entre 30 a 60 minutos, sobre as bolhas e coberta com um penso clínico. Depois, faz-se raspagem, ou remoção, do conteúdo das vesículas. Em alguns dos casos podemos usar uma pinça para o mesmo efeito», esclarece Ribas dos Santos continuando:
« Nos adultos passamos diretamente à segunda fase do tratamento, prescindindo da fase anestésica. Raramente uma sessão é suficiente, pois este vírus tem um período de incubação de duas a sete semanas, o que faz com que,
muitas vezes, enquanto tratamos algumas lesões, já estão presentes algumas que só se manifestarão a prazo. No entanto, no momento do tratamento, não são visíveis.»


Atendendo a que as lesões são tendencialmente reincidentes, após o tratamento, como medidas preventivas, há algumas atitudes simples bastante eficazes. Nas crianças , a preocupação maior deverá ser a hidratação da pele, pois quanto mais seca for a pele, maior a probabilidade de alergias. Já numa pele devidamente hidratada, a própria gordura da epiderme repelirá a maioria dos
ataques.

Outra forma de prevenção, nos homens, é o cuidado no barbear, uma vez que os golpes nas vesículas podem promover a auto-inoculação e o cuidado ao coçar pelo mesmo motivo, pois uma ferida aberta irá transportar o vírus para outras partes do corpo promovendo, desta forma, a propagação da doença.

Marcar Consulta

Unidades