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Hirsutismo – Como tratar os pelos indesejáveis

Tratar dos pêlos indesejáveis

Desde sempre, o pêlo foi uma preocupação para o sexo feminino, havendo, há vários séculos, métodos para remover ou ocultar a pilosidade feminina. Há relatos do Egito Antigo de que as mulheres usavam argila, sândalo e mel para retirar pêlos das axilas, dando origem às atuais técnicas de depilação com cera.


Pero Vaz Caminha, relatando as suas impressões sobre Brasil, registou que as índias não possuíam pêlo púbico. Imaginava-se que geneticamente teriam nascido sem ele, mas posteriormente descobriu-se que elas rapavam os pêlos com espinha de um peixe.


Nos dias de hoje, esta preocupação é cada vez maior, devido à exigência crescente com a imagem da mulher.

Designa-se por hirsutismo o desenvolvimento da pilosidade em mulheres e crianças, com distribuição similar à que surge no sexo masculino.


Assim, observa-se um aumento do revestimento piloso na face, podendo surgir ainda na região torácica e perimamilar, bem como na linha alba entre o umbigo e a zona púbica.

Sempre que observamos uma doente com queixas, devemos fazer uma história clínica muito cuidada, pois existem várias causas para esta patologia.


De facto, o diagnóstico é essencialmente clínico, implicando uma investigação metódica e pormenorizada.

As alterações a nível hormonal são a causa mais frequente de hirsutismo, devidas a disfunção a nível ovárico ou da gandula suprarrenal.


Devemos estar atentos aos ciclos menstruais das mulheres, bem como outros indícios de distúrbio hormonal, como, por exemplo, a queda de cabelo, alterações de peso ou acne. O estudo hormonal laboratorial é crucial para afastar este diagnóstico e efetuar uma terapêutica adequada a cada caso.


Em casos raros, os tumores ováricos e da suprarrenal podem igualmente manifestar-se deste modo, obrigando a uma abordagem cirúrgica. Outra causa possível de hirsutismo é a toma prolongada de alguns medicamentos, como sendo os corticoides. Nestes casos, deverá ser suspensa a terapêutica em causa.

Uma grande percentagem de doentes apresenta um hirsutismo idiopático, ou seja, sem causa conhecida. Existe uma tendência genética para esta situação em alguns povos, nomeadamente indianos, negros e mediterrânicos, sendo rara em mulheres oriundas da China ou Japão.


Também em algumas fases da vida da mulher se pode observar alterações na pilosidade, nomeadamente na puberdade, na gravidez e, em especial, na menopausa.


Para tratamento do hirsutismo, deverá excluir-se uma causa médica para correto tratamento, sem qual não haverá sucesso terapêutico.


O corte, a remoção com cera ou descoloração do pêlo são técnicas com resultado apenas temporário e, por vezes, acompanhadas de efeitos irritativos e aparecimento de foliculites.


A destruição definitiva está indicada nos casos idiopáticos ou como complemento aos tratamentos médicos nos restantes casos.


O recurso ao uso do laser é nos dias bem como outros indícios de distúrbio hormonal, como, por exemplo, a queda de cabelo de hoje uma arma essencial, devendo sempre ser realizado por médicos credenciados com conhecimento técnico e cientifico profundo.


Os aparelhos usados são tecnologicamente evoluídos, com grande precisão e forte afinidade para folículo piloso.


É fundamental avaliar o fototipo do doente e as características da pele e do pêlo para que o tratamento seja o mais eficaz possível, evitando efeitos secundários indesejáveis. Deste modo, quando realizada corretamente, é uma técnica praticamente isenta de riscos e com resultados definitivos.

Por: Dra. Cristina Vasconcelos

Por geral 19 de novembro de 2024
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